Vivencias JPA

Querida amiga Tereza
 MEMÓRIA DAS REUNIÕES COM AS EQUIPES DE SETORES

Vivenciei muitos momentos inesquecíveis ao lado da Professora Tereza na escola Jonathas Pontes Athias. Lembro-me carinhosamente das reuniões que realizávamos com as equipes de setores. Quantas aprendizagens foram possíveis desenvolver.... Saudades desse período!
Lembro-me que em uma das reuniões com a equipe de coordenação Ela nos disse que “na escola a nossa maior força são os alunos e em segundo lugar os educadores. O princípio a nos guiar é acreditar em cada um... Que todos são capazes de aprender... nossa ação tem como foco o aluno...”
Na mesma ocasião Ela levantou a seguinte pergunta: “Como garantir o direito de aprender?” . A intenção era lançar esse questionamento para todos os participes do processo educativo... Foi consenso a percepção de que os alunos gostam da escola... Assim sendo o nosso desafio seria dar qualidade ao tempo de permanência deles na escola. O que certamente não é tarefa fácil.
Discutimos ainda a necessidade de se aplicar a gestão institucional, pois geralmente a avaliação da aprendizagem é centrada no aluno e pouco nos auto-avaliamos. O fato é que se não nos avaliamos outros vêm e nos avaliam.


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CURRÍCULO E AVALIAÇÃO

(Re)visitando algumas páginas de um de meus antigos cadernos de registro me deparei com o registro dos dados levantados em um  estudo que participei, juntamente com os demais professores da rede,  sobre Currículo e Avaliação ministrado pelo professor CARRÍLHO em 2004. A leitura me fez lembrar de alguns pontos bem interessantes.
         Um dos pontos abordados dizia que "não adianta discutir como fazer? se não se sabe  para que fazer?"  Essa parte da fala de Carrilho referia-se a importância de se ter clareza dos fins que se quer alcançar com determinado conteúdo de ensino e por vez com a educação. Certamente isto faz um diferencial muito grande quando se entende que a "educação é para a vida". Daí uma questão a se pensar é que vida é essa ou que realidade é essa que pretendemos construir ou que nossos alunos construam, vivenciem?
       Um fato que não se pode esquecer dizia Carrílho é que a escola tem que ser "vida" e não "expectativa"
         O que fundamenta esta idéia é o entendimento de "currículo como construção social". É pensar na ação de pessoas concretas e não idéias transcendentais, desvinculadas dos sujeitos produtores da ação concreta. Pensando deste modo havemos de convir que de fato os currículos escolares precisam passar por um processo de (re)significação. Isto é inegavel.   
         Mas, como fazer ísso? se também não se  pode desconsiderar que no processo de construção social há forças sociais que formam o contexto na qual se insere a ação intelectual coletiva.   
 A ênfase primária de qualquer modelo de competência,não está nos deficits de SER, mas nos poderes de TORNAR-SE (William Doll)
         Com essas palavras foi trabalhado o conceito de currículo relacional, isto é  fruto da ação histórica construida numa relação coletiva e tem sua explicação no contexto em que é desenvolvido.
          Como estrutura relacional  supera-se o entendido de currículo como um composto agregado de disciplinas isoladas, incompativel com uma compreensão sistêmica da realidade bio-fisica-psico-social. 
         Essa compreensão pressupõe que tudo esta em relação. Os sistemas estão em relação entre si a tal ponto que se pode dizer do sistema de ESPAÇOS EM MOVIMENTO.
         Agrega-se a esta, a compreensão de currículo como intervenção e ação subjetivas de docentes e discentes, interessados em dar sentido ao mundo em que de fato vivem (Greene e Young)
         Currículo como processo transformativo de construção pessoal e social, composto por interações complexas, espontâneas.
        
         Como então superar a estrutura curricular "disciplinarizada" nas atuais condições das escolas?
         Este é um questionamento  ainda sem resposta, mas o autor apresentou algumas pistas que discorrem sobre:
  • Apoio formal e incentivo por parte da direção
  • Ousadia pedagogica
  • Competência profissional
  • Convicção para enfrentar resistências
  • Reuniões semanais para aprofundamento teórico, acompanhamento e avaliação
  • Fundamentação teórica para enfrentar as dificuldades que forçosamente se introduzem novas práticas em sala de aula...
        Competência é a capacidade que uma pessoa (ou grupo) têm de mobilizar recursos (ações, conhecimentos, atitudes individuais ou coletivas) para enfrentar, superar e/ou administrar situações complexas e atingir os fins a que se propõe.
        Vejamos o quadro apresentado pelo autor:


COMPETÊNCIA COGNITIVA
APRENDER A CONHECER
SABER FORMALIZADO
COMPETÊNCIA PESSOAL
APRENDER A SER
SABER SER
COMPETÊNCIA SOCIAL
APRENDER A CONVIVER
SABER CONVIVER
COMPETÊNCIA PRODUTIVA
APRENDER A FAZER
SABER FAZER

         Com o quadro conclui-se que:
         Não há competência sem conhecimento
         Não é qualquer conhecimento que gera competência
         Não é só o conhecimento que produz a competência


         O Conhecimento necessário a competência é o conhecimento significativo.


         Um dos caminhos apontados para (re)significação do currículo foi a metodologia de projetos.

         Para dispor sobre o assunto foi proposto ao grupo a seguinte atividade:
1. Relacionar as competências necessárias  a série/ciclo
2. Relacionar quais habilidade alcançaria a competência
3. Lista para cada competência pelo menos 05 habilidades

A realização da atividade provocou muitas reflexões assim como o estudo de modo geral e poder revisa-lo hoje me fez pensar que a forma como tentamos direcionar a organização curricular  na escola Jonathas casa bem com a proposta aqui discutida.

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CURRÍCULO E AVALIAÇÃO - continuando a conversa

Continuando os pontos abordados por Carrílho na formação que citei no texto anterior abordaremos agora as discussões em torno da avaliação. Segundo o autor a Avaliação é instrumento de aprendizagem individual e coletiva e deve ser construída em conjunto com os alunos.

Objetivo é avaliar para auxiliar o aluno em todas as suas dimensões constitutivas. Para ajudar  a identificar os aspectos interferentes. Decidir juntos. valorizar. Construir em conjunto. Incluir. Apoiar. Incentivar. O erro deve ser visto como acontecimento, fonte de aprendizagem, ponto de partida, autocompreensão, busca participativa.

Embora o autor não tenha citado. A concepção apresentada tempos depois foi chamada de Avaliação diagnóstica, bastante abordada nas escolas e  bastante citada pelos educadores, mas que tem custado por em prática. Isto porque muitos entraves ainda interferem negativamente no processo avaliativo. Um desses entraves é a ideia equivocada atrelada a promoção automática que acontece nas escolas em regime de ciclos de formação em que há quem afirme que "se o aluno souber que não se reprova ai  é que ele não estuda, não se esforça". Na verdade é a nota que corrompe o aluno, a medida que ele só faz o trabalho, só estuda para adquiri-la. Romper com essas visão ainda é um desafio.

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